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2 de novembro de 2012

REVIEW | Glassheart | Leona Lewis

Desde que ganhou a terceira edição do X Factor UK, Leona Lewis se tornou uma das personalidades mais bem sucedidas do Reino Unido, ganhando destaque e reconhecimento mundial através do single "Bleeding Love", lançado em 2007. De lá pra cá, foram três álbuns de estúdio. "Spirit", sucesso de público e crítica, vendeu mais de sete milhões de exemplares em todo mundo. "Echo", já não teve a mesma recepção, vendendo pouco mais de dois milhões. Já o atual, "Glassheart", terá pela frente ou um caminho muito decepcionante, ou um muito surpreendente. Tudo porque, essa novela que começou no fim de 2011, rendendo ao álbum dois adiantamentos, um polêmico plágio que acabou causando um desempenho a quem do esperado ao single "Collide", teve um fim com o lançamento do álbum que apesar dos pesares, promete ser um divisor de águas na carreira da jovem Leona Lewis.
"Trouble", a primeira faixa do álbum, foi a escolhida para dar início aos trabalhos dessa nova temporada. Escolha essa que não poderia ter sido mais certa. Uma faixa crua, com uma dosagem sentimental anestesiada de angústia, e que nos revela nas entrelinhas como foi a crise que desencadeou o fim relacionamento de anos de Leona com o seu ex-namorado Lou. Apesar de excelente, Trouble sofre com a ausência de refrão marcante. Ainda sim, a música se sobressai quando surgem nos segundos finais a participação de Childish Gambino. "Un love me" segue a linha decepção pós relacionamento. É pra mim, uma das melhores músicas do Glassheart. Soa como algo angelical, em que Leona implora pela desistência desse amor de algum dos lados. A mensagem que Un love me passa é honesta e simples, o que à torna uma  das grandes promessas do cd. Entre os fãs, o destaque tem sido "LoveBirds". Desde que saiu a demo da faixa, antes do álbum ser adiado pela segunda vez, muitos disseram que essa, era de longe uma das melhores músicas da carreira da britânica. Concordo em partes. Acho exagero falar que é a melhor. É promessa de hit que, com um vídeo bem feito, e uma divulgação legal, dará o destaque que a muito tempo ela não tem tido na mídia. "Come Alive" é o tipo de faixa que alguns vão amar, outros vão odiar. Eu faço parte do segundo time. Não desce, é exagerada, é pobre, é desconexa, o instrumental é insuportável, e ao mesmo tempo que eu a odeio, acho fantástico ouvi-la ao som de um piano, na versão acústica que deixa a música mais autêntica. "Fireflies" é a bola da vez. Linda, espetacular, impressionante, fantástica e por aí vai... Esses são apenas alguns elogios que estou atribuindo, ao segundo single dessa que sim, é uma das melhores músicas já lançadas por Leona Lewis. Muitos não sabem que a música é um cover do britânico Ben Earle, que nem compensa ser ouvido, porque a versão da diva do Reino Unido é milhas distância melhor. Quando ouvi pela primeira vez, não simpatizei. Foi após notar a beleza da letra, somados ao simples lyrics, retratando o começo do fim, que eu apaixonei. Nunca, nenhum outro cantor retratou a morte de uma forma tão bela: virando vagalumes. E olha, tirando "Un love me", "LoveBirds" e "Glassheart" eu não vejo nenhuma outra faixa desse álbum com tanto potencial quanto "Fireflies". Esperança define.
"I To You" é outro grande destaque. Um R&B unido a uma forte batida e uma letra bem killer, fazem dessa uma das músicas mais inovadoras da carreira da cantora. A audácia de explorar um campo que não é seu, funcionou na faixa seis do álbum, que convenhamos, ficaria ótima na voz de Mary J. Blige. Agora eu preciso entender o porque da existência dessa tal "Shake You Up" em um álbum que tinha tudo pra ser redondinho, e que acabou ganhando um buraco aos quarenta e cinco do segundo tempo com essa, que é de longe a pior música que a ela já gravou. Se na anterior, explorar um campo diferente funcionou, bancar a Madonna aqui não colou. "Stop The Clocks" é bonitinha, só que é muito deprimente. É como se ela tivesse pegado um rascunho de "You Don't Care", reescrito, reeditado e pronto. A sorte dela é que eu adoro You Don't Care, e apesar da baladinha ser o mesmo do mesmo, eu também simpatizo com Stop The Clocks. Outra que despontou um grande carisma público foi "Favourite Scar". Eu até gosto da suavidade e da calma que a música passa, mais eu sei que se for lançada não vai render. Pra te fala a verdade, a única coisa que me irrita em Favourite Scar, é a parte que colocaram um efeito robótico na voz da Leona, lá no minuto 2:32 e no finalzinho da música. Quando eu escuto "When It Hurts" eu penso em uma balada mal sucedida. O começo me entusiasmou, mais quando ouvi aquele refrão arrastado, eu perdi o tesão. Tesão esse que imediatamente voltou quando eu ouvi a cereja do bolo: "Glassheart". Quando ela divulgou a música em uma rádio britânica, decepção me definiu. Não dei a mínima, porque a impressão que eu tinha da faixa-título do álbum, era de que seria uma power balada. Um tapa na cara. Glassheart, não só é a melhor faixa do álbum, como provavelmente se tornará o maior sucesso da carreira de Leona Lewis quando for lançada. Uma produção impecável, uma batida incrível, e o mais impressionante: a música tem como base a forte participação de sintetizadores, e uma notável influência eletrônica que acabou casando perfeitamente com a voz de Leona. Um luxo! Eu acredito que, ela só não lançou Glassheart como segundo single, porque pretende fazer um estrago com essa, que promete ser a "We Found Love" de 2013. 
E se a intenção dela, for lançar sucessos contínuos no ano que vem, a "Someone Like You" do Glassheart é "FingerPrint". Acho que desfecho melhor pro álbum não poderia ter sido feito de melhor forma, porque todo o conceito buscado para fazer deste, um dos melhores cd's do ano, foram introduzidos em FingerPrint, que em algum momento, deverá virar single, mesmo que promocional. No deluxe edition, tem "Sugar"que pra mim, só serviu pra tirar o lugar de "Mountains" ou de "Blanke Page", que sim, seriam qualquer uma das duas fácil fácil, melhores do que essa, que pra mim é aquela típica faixa tapa-buraco sabe? Só mais uma coisa: será que toda essa polêmica por volta de "Collide" valeu a pena, pra no final o remix da música produzido pelo Afrojack ter deixado a versão original no chinelo? Bom... eu acho que não, e acho que esse cd reservará grandes surpresas por ser bastante promissor. Tá cheio de música boa, ela só tem que saber lança-los na ordem certa, e não descartar um trunfo de cara como foi "Happy" na época do "Echo". Ter lançado "Trouble" foi um sinal de que ela aprendeu, que muito além de uma boa música, ela precisa de outras várias, para que o álbum ganhe interesse e o principal: reconhecimento. Acertou em cheio, agora é só divulgar.
REVIEW | Glassheart | Leona Lewis | 77 % de aprovação
Geração POP | Destaques: Un love me, Glassheart, Fireflies, Fingerprint, LoveBirds, Trouble, I To You, Favourite Scar.




18 de outubro de 2012

REVIEW | The Truth About Love | Pink

O sucesso de um álbum, o torna eficaz por um lado e duvidoso por outro. Tudo porque, o público sempre aguarda um sucessor aos pés ou melhor que o anterior. Esse tipo de preocupação, com Pink, os fãs não tem. Desde "I'm Not Dead", a americana vem produzindo um álbum melhor que o outro. E era justamente, um sucessor aos pés de "Funhouse" que todos esperavam. "The True About Love" é isso, a continuação do que a cantora e compositora sabe fazer de melhor, que é expressar em suas letras o seu momento, o que ela tem vontade de falar e fala. A versatilidade e a presença dos já conhecidos palavrões, levam a estupidez de Pink, a um nível de reconhecimento ainda tímido, mais assassino. Após mais de dez anos de carreira, a cantora consegue enfim, colocar seu primeiro dos seis álbuns de estúdio, no topo de diversos países, inclusive nos Estados Unidos. E a explicação pra isso é simples, ela retratou a verdade sobre o amor como nenhum outro cantor no mercado fonográfico retrataria. 
Em "Are We All We Are", uma batida exométrica e crescente introduz a música, até a chegada do grande destaque: um refrão explosivo, com uma jogatina rápida, letra versátil, fácil e revoltante. Um dos grandes trunfos do álbum. "Blow me (One Last Kiss)" é o que todos esperam de um primeiro single de Pink. Excêntrica e fugaz, a música explora os vocais da cantora, que exalta assim como em 80% do álbum, toda sua potencia vocal, ora vez exageradamente, no refrão da música. Com temperos pop rock, Blow me teve uma boa repercussão e atingiu a quinta colocação na Billboard. A "Sober" do The True About Love é "Try", uma balada rock retrô, com ênfase em uma letra de auto-superação funcional, que fez desse romance cântico, algo infernal e poderoso. Mais a bola do álbum é "Just Give me a Reason". Honesta e sentimental, a música começa com um piano suave enquanto Pink declama versos apaixonados, para que, logo em seguida, batidas sintetizantes alcancem o ápice da música com um refrão comovente e nostálgico. E pra completar, a música ainda conta com a participação do cantor Nate Ruess, da banda fun., que engrandece ainda mais a canção com seus versos tão quão apaixonados quanto os de Pink. É notável que a cantora com o tempo, deixou suas músicas com uma pegada mais pop e menos rock. Prova disso é "True Love", que em algum momento deve virar single do álbum. Tem um apelo radiofônico muito grande, uma letra piegas à lá "Please don't leave me". O único ponto negativo da música é a participação de Lilly Allen que, muito curta, passa quase que por despercebida, uma vez que Pink tem o domínio da canção do início ao fim. O curioso é que o que eu havia dito anteriormente dela ter deixado mais suas músicas com cara pop do que rock, não se aplica em "How come you're not here" e "Slut Like You". Aliás, a segunda tem todos os ingredientes para se tornar a "So What" do álbum. Com um refrão mais amigável e popularesco, e uma letra ainda mais irônica, a música tem um apelo sexual tão versátil e divertido, que compará-la a "S&M" de Rihanna seria uma ofensa a cantora de Barbados, uma vez que agora ela só faz álbuns com apologia a sexo, drogas e #1. A faixa-título do álbum é pra mim um dos maiores destaques do cd. É o momento em que Pink conta como a gravidez mudou sua vida e fez com que ela descobrisse a tal verdade sobre o amor. "Beam me up" é uma tentativa mal-sucedida de criar algo emocionalmente parecido com "I don't believe you". A baladinha explora bem a voz de Pink, mais não cola. Para os fãs de final de semana, "Here comes the weekend" é o pedido certo. Provavelmente será um dos maiores sucessos do álbum quando for lançada. Com uma batida frenética, uma pegada guetto e rap de rua e a colaboração de midas de Eminem com seus versos afiados, a música tem tudo pra se tornar um hino para baladeiros de plantão. "Where did the beat go" é ousada e desafiadora, justamente por não ter nada a ver com o estilo de Pink. E "The Great Escape" é tão desnecessária, que mais funciona como um 'tapa-buraco' pra encher linguiça. Enquanto faixas como The Great Escape não se aplicam ao conceito do álbum, nos bônus temos dois destaques: "Is this thing on?" e a fantástica "Run". Essa última, pode até render alguma surpresa mais pra frente, já que, pra mim é a balada mais forte e envolvente do cd, te seduzindo de primeira e, por incrível que pareça, a curta participação de Lilly Allen no final da música aqui, faz toda diferença na sutilidade que a canção exige e com sucesso, passa.
"Blow me" e "Try" foram escolhidas inicialmente para singles, e cada uma delas respectivamente, ganhou seus respectivos vídeos. O primeiro, em preto e branco não agradou. Estrategicamente após a primeira apresentação do single e o aumento das vendas digitais, gravadora e cantora decidiram lançar a versão colorida do clipe, que enalteceu melhor o conceito adotado. Já em "Try", tudo ficou impecável. "The true about love" assim como qualquer álbum tem seus altos e baixos. A personalidade forte de Pink presente em todos os seus cds, é a real marca que faz dela uma das melhores e mais completas cantoras da nossa geração. A longa distância, fica difícil dizer se esse é o melhor álbum do ano, tendo em vista que, ainda faltam pouco mais de dois meses para o fim de 2012. Mais de uma certeza, todos temos: se não é o melhor, está entre eles.

REVIEW | The Truth About Love | Pink | 84 % de aprovação
Geração POP | Destaques: Just Give Me a reason, Try, The Truth About Love, Run, Here Comes The Weekend, All We Are We Are, True Love, Slut Like You, Blow Me.